sábado, 25 de agosto de 2012

Contra o fim da RTP2


Em português temos a muito feliz divisão entre "o que é" e "o que está". A RTP2 "que está" não pode ser confundida com "o que é". Penso que isso tem sido bem traduzido nas redes sociais, onde só tenho apanhado recuperações de imagens, símbolos, programas e experiências do segundo canal anteriores, bem anteriores, ao segundo canal que tem "estado" sob ocupação da actual direcção.

Hoje passa cinema no segundo canal das 22:42 até às 05:35. Como sempre fiz, a título pessoal e em nome da Petição pelo Regresso da Exibição Regular de Cinema à RTP2, peço para usufruírem desta maratona, servindo este canal de audiências numa área em que tinha obrigação de prestar mais e melhor atenção.

Como é óbvio, não defendo a extinção do segundo canal, isso seria confundir o "ser" com o "estar". As 3000 pessoas que apoiam a nossa causa amam "o que é", gostam menos de "o que está". Por isso, não haverá segmento da população que se sentirá mais atingido pela extinção deste canal com um passado tão querido na formação cultural e cívica dos portugueses.

Por tudo isto, apoio iniciativas como esta ou esta. E também por tudo isto me irei demitir de fazer o choradinho retórico, amnésico e acrítico, em torno das maravilhosas "migalhas" que a estação de Wemans nos oferece hoje. Isto é: não me verão a relativizar o "que é" a RTP2 em favor de "o que está". A RTP2 foi criada em 1968, há uma história e muita memória boa a respeitar.

1 comentário:

Hoplita disse...

Pena que seja a "amnésia" somada ao «que está» a servir os propósitos da retórica populista.No entanto, não escondo uma certa suspeita relativamente à intenção propalada. Já vi esta jogada especulativa noutras ocasiões - o bluff do worst case scenario servir para construir a imagem do governo maleável, atento às susceptibilidades da sociedade civil, blá, blá, blá. Espero que esta conjectura passe à realidade e depois é esperar pelo resgate do «que é» a RTP2.

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